RESUMO Pretende-se, aqui, discutir como a “infância” é dimensionada como tópos literário e se entrelaça com as perspectivas provinciana e brasileira a partir da correspondência pessoal e da obra publicada de escritores regionalista-modernistas nordestinos, tais como Gilberto Freyre, Jorge de Lima, José Lins do Rego e Manuel Bandeira. Arquivos da vida privada abrangem documentos plurais e heterogêneos, em meio aos quais as cartas ocupam espaço privilegiado como centro irradiador de relações intertextuais amplas. Veremos, assim, dispositivos afetivos e intelectuais na construção de imagens contraditórias da infância, da família e da província, sedimentadas a partir de um diálogo tenso, por exemplo, entre rural e urbano, público e privado, província e metrópole, tradição e vanguarda.
ABSTRACT The objective of this essay is to discuss how the childhood becomes a literary tópos that relates to the provincial and the Brazilian perspectives taking as a basis of analysis the personal correspondence and the published work of some modernist-regionalist North-eastern writers, such as Gilberto Freyre, Jorge de Lima, José Lins do Rego, and Manuel Bandeira. Private archives can include diverse and plural documents, among which the letters of writers, intellectuals and artists occupy privileged space as radiating centre of broad intertextual relations. We will see, therefore, affective and intellectual devices in the construction of contradictory images of the childhood, the family and the province, regimented by a tense dialogue, for example, between rural and urban, public and private, province and metropolis, tradition and avant-garde.